quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Tribo Perdida - Capítulo 1

KATHERINE

Eu acordei com a cabeça latejando, estava de madrugada e alguns ruídos me incomodavam. Levantei da cama  e fui andando vagarosamente até a cozinha. A casa estava escura e silenciosa, exceto pelos tais ruídos. Mas que barulhos teriam? Minha mãe estava dormindo e eu não tinha meu pai... Ele havia desaparecido quando eu tinha 10 anos... havia se passado tanto tempo. Agr eu tenho 15 anos. Espantei esse pensamento. A casa estava em construção, então a madeira do piso deixava escapar alguns guinchados estranhos. Isso fazia os corredores parecerem um pouco assustadores, mas eu não ligava pra isso. Segui andando e entrei na cozinha. Abri a geladeira e bebi um copo d'água. Já me virando para ir em bora vi uma pequena luz vermelha brilhando numa rachadura da parede. Franzi a sombrancelha  fui me aproximando com cuidado. A luz ficava cada vez mais forte. Ao me aproximar pisei em uma tábua solta de madeira, minha perna se contorceu e eu caí. Caí em cima de um prego.

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

O silêncio acabou e um grito agudo saiu da minha boca. A dor ecoou por todo o meu corpo. O sangue escorria e eu estava desesperada. Sentei-me, uma gosta de sangue escorreu até cair no chão e nesse momento eu quase fiquei cega. A luz vermelha ficou mais forte do que nunca, ofuscando a luz da lâmpada acesa. Com alguns segundos a luz desapareceu, a dor também e minha perna não estava mais machucada!!!!!! Mas eu também não estava mais na minha cozinha. Me levantei cuidadosamente e observei o lugar. Estava em um campo aberto, só se viam algumas cabanas. Algumas não, MUITAS. Caminhei um pouco ainda com receio de que a perna iria doer, mas nada. 

- Olá???!!! 

Gritei. O silêncio continuou.

- Tem alguém aííí????? Eii!!!

Enfim ouvi alguma coisa. Alguns ruídos de longe. A cada segundo se aproximavam mais. Pareciam... passos. Uma gritaria se extendeu por todo o vale. Eu calei-me totalmente. Dos longos campos à frente surgiram um bando de jovens, correndo e gritando. Escalaram as paredes rachadas de uma das cabanas de madeira e subiram no telhado. Quando me viram escorregaram até o final do telhado e desceram de lá com um pulo. Uma garota se aproximou. Ela tinha cabelos castanhos, presos em um rabo de cavalo. Usava uma blusa branca e calça jeans. Tinha um olhar firme, mas ao mesmo tempo demonstrava curiosidade.

- Quem é você?

- Eu... 

Não consegui responder. Não sabia se estava ainda impressionada com aqueles adolecentes, que aparentavam ter a mesma idade q eu, ou se estava com medo do olhar duro e firme da garota. Eu devia estar como alguém que acabou de ver um fantasmo porque ela mudou a pergunta:

- O que faz aqui?

Novamente deixei-a sem resposta. Alguma coisa dizia para eu ficar de boca fechada.
A garota então aliviou a face, me analisou de cima a baixo e falou:

- Siga-me

Ela disse isso de uma maneira tão calma que teria assustado menos se ela tivesse gritado. Mas claro, eu a segui. Senti uma pontada de frio na barriga. Estava andando em meio a um bando de jovens

Jovens Selvagens

( Autoria: Isabela )

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